Vivemos em uma era em que o imperativo da sustentabilidade deixou de ser uma opção para as empresas e passou a ser um componente essencial para qualquer negócio que almeje longevidade. As transformações climáticas, a escassez de recursos e o apelo dos consumidores por práticas mais conscientes colocaram a agenda ambiental no centro das estratégias empresariais. Nesse contexto, colaborações entre grandes marcas se destacam como uma abordagem poderosa — não apenas para atingir metas ambientais, mas também para promover um impacto positivo e sistemático no planeta. Um exemplo brilhante desse tipo de união é a recém-formada parceria entre duas gigantes: Natura e Nespresso.
Quando essas duas marcas, reconhecidas por seus compromissos sustentáveis, decidiram unir forças, o resultado foi muito mais do que uma colaboração comercial. Foi uma prova de que a economia circular pode ser não só viável, mas também transformadora. Neste blog, vamos explorar como parcerias como essa podem redefinir a relação entre corporações, consumidores e o meio ambiente, trazendo insights e reflexões sobre o impacto dessas ações no cenário global da sustentabilidade.
A Parceria Nespresso + Natura
A parceria entre a Nespresso e a Natura é inovadora não apenas por unir empresas de diferentes segmentos, mas por integrar verdadeiramente o conceito de economia circular à cadeia de produção. A ideia central da economia circular é clara: os resíduos de um processo não são descartados como “lixo”, mas reaproveitados como matéria-prima em outros ciclos produtivos. Esse é exatamente o propósito por trás do projeto conjunto dessas marcas.
O que está acontecendo na prática?
Em outubro, o alumínio reciclado das cápsulas de café da Nespresso passou a ser utilizado na fabricação das bisnagas dos cremes para as mãos da linha Natura Ekos Castanha — uma linha que já carrega um histórico de 25 anos de respeito ao meio ambiente, à valorização da Amazônia e às comunidades locais. Essa troca criativa de recursos já resultou em reaproveitamento de mais de duas toneladas de alumínio por ano, o que representa não apenas um ganho ambiental, mas também uma mensagem clara sobre o impacto positivo que as marcas podem criar quando trabalham juntas.
Mas a colaboração não para aí. Além do ciclo de reaproveitamento, a Nespresso expandiu as funcionalidades de suas boutiques pelo Brasil, que também atuarão como pontos de coleta para embalagens Ekos usadas. É uma ação que reforça a circularidade: o consumidor é ativamente envolvido, devolvendo as embalagens que, por sua vez, têm um destino sustentável. Nesse processo, ganham as marcas, o consumidor consciente e o planeta.
O que essa colaboração nos ensina?
- Soluções compartilhadas ampliam o impacto: A Natura e a Nespresso poderiam, cada uma por si, implementar projetos individuais de reciclagem ou de reaproveitamento. Mas ao combinarem expertise, redes logísticas e recursos, conseguiram ultrapassar barreiras, como o alcance geográfico e a viabilidade de processos, alcançando resultados muito maiores.
- A economia circular depende de parcerias: Para que a economia circular funcione de fato, é necessário um sistema integrado. Isso envolve empresas de diferentes setores compartilhando resíduos, tecnologia e responsabilidade. Esse tipo de integração quebra os limites de atuação individualizada e gera novos modelos que otimizam ciclos produtivos.
- O consumidor como parte ativa da mudança: Ao disponibilizar pontos de coleta acessíveis e comunicar de maneira transparente os benefícios dessas ações colaborativas, as marcas engajam o consumidor de forma prática e emocional. Cada compra deixa de ser apenas sobre o produto final e passa a carregar um propósito maior.
- Sustentabilidade como diferencial competitivo: No final das contas, a sustentabilidade não é apenas sobre “fazer o bem”. Cada vez mais, ela é um fator decisório para os consumidores. Colaborações como esta geram valor de marca e fortalecem a lealdade do cliente, que se sente parte de algo maior.
Por que colaborar é o futuro das grandes marcas?
Empresas do porte da Natura e da Nespresso acumulam vasta experiência e influência em seus setores. Mas é ao somarem forças que elas se tornam verdadeiramente disruptivas. No fundo, essa parceria é mais do que apenas reciclagem de alumínio — é um exemplo de como mesmo gigantes do mercado têm muito a ganhar e a aprender ao compartilhar esforços.
Aqui estão insights para refletir sobre o futuro:
- A escala da mudança importa. Ambas as marcas têm como meta ampliar ainda mais essa parceria, possibilitando que a reciclagem alcance novos produtos na linha Ekos e, eventualmente, em outras áreas do portfólio Natura. Este é apenas o primeiro passo.
- Metas de longo prazo geram compromisso. A Natura quer atingir 100% de embalagens reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis até 2030, enquanto a Nespresso visa alcançar 60% de reciclagem das cápsulas globalmente no mesmo prazo. Essas metas ampliam o horizonte, garantindo que os esforços não sejam apenas uma ação pontual, mas parte de uma estratégia sólida e contínua.
- Sustentabilidade precisa de aliados. Um modelo que promove a economia circular exige aliados em múltiplos níveis: governamentais, corporativos, da sociedade civil e também do consumidor final. Quanto mais atores atuarem juntos, maiores são as chances de avançar mais rapidamente rumo a um futuro sustentável.
Inspiração e Inovação: uma nova mentalidade corporativa
Aqui na @Dosspropaganda, falamos constantemente sobre sustentabilidade, ESG percebemos claramente que essa parceria desperta reflexões importantes sobre o papel das corporações no desenvolvimento de soluções para os grandes problemas ambientais. Tradicionalmente, as empresas atuavam de forma independente para atender às suas metas de sustentabilidade, mas o exemplo da Natura e Nespresso demonstra como a colaboração estratégica pode elevar essas metas a um novo patamar.
A colaboração entre empresas não só amplia resultados, ela impulsiona a sustentabilidade, criando soluções que nenhum negócio alcançaria de forma isolada.”– LUCAS CRUZ