Se você pensa que o mercado de beleza no Brasil é dominado apenas por grandes conglomerados internacionais, está na hora de repensar. A verdade é que as marcas brasileiras estão cada vez mais protagonistas no cenário de beleza, com estratégias ousadas, muita criatividade e, principalmente, autenticidade. Mas como essas marcas conseguiram transformar o jogo e ocupar um espaço que, até pouco tempo atrás, parecia inatingível?
De onde vem essa força?
A ascensão das marcas nacionais pode ser atribuída a uma série de fatores que vão além da qualidade do produto. É uma questão de entender profundamente o consumidor brasileiro. Um ótimo exemplo disso é a estratégia que a Natura usou para se reposicionar no mercado com a linha Naturé. Além dos novos produtos, a gigante também fez uma reinterpretação da sua comunicação para se alinhar com a nova geração, utilizando influenciadores que têm uma conexão genuína com o público jovem. Para concretizar esse movimento, a parceria foi feita com Viih Tube. Em vez de se apoiar apenas em atributos de produto, a campanha fala sobre autenticidade, estilo de vida e sustentabilidade — valores que, hoje, definem o consumo consciente.
Por que grandes marcas como Avon e L’Oréal, que há anos reinam no mercado, começaram a perder espaço? A resposta pode estar na maneira como as marcas nacionais têm explorado o marketing de influência. Mais do que uma simples parceria, marcas como a Boca Rosa Beauty transformaram suas fundadoras em verdadeiros embaixadoras da marca.
Bianca Andrade, por exemplo, é a personificação da própria marca. Esse tipo de ligação profunda entre personalidade e produto gera uma fidelidade difícil de replicar por marcas estrangeiras que não têm a mesma raiz cultural.
O consumidor brasileiro quer mais — e as marcas entregam
Mas será que só a influência digital é suficiente para conquistar o mercado? O consumidor brasileiro, que já foi considerado mais passivo e propenso a seguir tendências globais, agora deseja mais do que produtos que sigam o padrão internacional. Ele busca por uma beleza que reflete sua própria diversidade. Por isso, marcas como a Simple Organic, que trabalham com ingredientes naturais e práticas sustentáveis, estão ganhando terreno ao abraçar essa demanda.
Essa mudança cultural nos faz questionar: o que realmente significa beleza para o brasileiro hoje? Será que estamos deixando de lado padrões importados para abraçar uma estética mais autêntica e inclusiva? As marcas nacionais parecem apostar que sim! Ao usar ingredientes locais, defender a biodiversidade e a inclusão, e adotar uma postura transparente sobre suas práticas, elas propõem uma nova maneira de consumir beleza.
Reflexo ou revolução?
O que estamos vendo é um reflexo das tendências globais adaptado ao contexto local ou uma revolução propriamente brasileira? O case da linha Naturé da Natura, que ganhou força com a presença de Viih Tube, reflete o potencial de uma marca ressignificar seu posicionamento para abraçar um novo público. Em contrapartida, grandes marcas internacionais que não se adaptam a esse cenário acabam perdendo relevância, não pela falta de qualidade, mas pela ausência de conexão emocional.
Para onde vamos?
Com todas essas mudanças, fica a pergunta: qual será o próximo passo das marcas brasileiras no setor de beleza? As tendências apontam para um aprofundamento na personalização e no uso da tecnologia para oferecer experiências únicas e exclusivas.
Marcas que continuarem investindo na autenticidade, no uso de ingredientes locais e na transparência devem se consolidar como líderes, não apenas no Brasil, mas como referências globais de inovação. E se há uma coisa que aprendemos, é que o mercado nacional tem muito mais a oferecer do que produtos de qualquer setor, mas sim, identidade e pertencimento.