Você já se questionou acerca dos motivos responsáveis pelo sucesso de determinados líderes, empresas ou organizações? Por que algumas marcas são mais suscetíveis ao fracasso quando partilhamos um mercado com características decididamente comuns a todos nós? O que torna certos serviços e produtos passíveis à predileção do público enquanto seus similares lutam pelo reconhecimento coletivo?
Idealizado pelo autor americano Simon Sinek, o “Golden Circle” ou “Círculo Dourado” visa simplificar as respostas para todas estas perguntas através de um conceito simples e prático que engloba nossos hábitos comunicacionais. Entenda:
No Círculo Dourado, as informações funcionam da seguinte maneira:
- Por Quê: O que nos motiva a fazer o que fazemos. Que crença está por trás de seu produto, serviço ou causa? O que te faz desejar entregar isto ao público? Que valores morais te conduzem à execução de determinado trabalho.
- Como: Como você pretende fabricar determinado produto? De que maneira planeja expandir uma causa? Que artefatos te ajudarão neste processo?
- O Quê: Qual é o seu produto, serviço ou causa.
Neste contexto, o que ocorre com a maioria dos líderes, empresas ou organizações consiste na inversão da ordem comunicacional que permeia o círculo. Ao dialogarmos com clientes, ouvintes ou simpatizantes, tendemos a seguir a seguinte ordem:
- O Quê: Divulgamos nossos produtos, serviços ou causas.
- Como: Divulgamos as soluções e vantagens integradas ao objeto apresentado.
- Por Quê: Apresentamos o motivo que nos conduziu à produção e/ou difusão do objeto divulgado.
Por que isto nos conduz ao inevitável fracasso? Vamos a um exemplo prático. Se uma empresa como a Apple seguisse a linha comunicacional anteriormente mencionada, esta seria sua maneira de apresentar-se ao mundo:
- O Quê: Fabricamos computadores.
- Como: Com peças de boa qualidade e uma interface acessível.
- Por Quê: Desejamos lucrar.
Parece atrativo para você? A Apple sabe que não. Por este motivo, o modelo comunicacional adotado por esta empresa inverte a abordagem do círculo, traçando-o de dentro para fora:
- Por Quê: Desejamos desafiar o status quo através de pensamentos e ideias revolucionárias.
- Como: Com o auxílio de máquinas qualificadas, eficientes e com interfaces acessíveis.
- O Quê: Fabricamos computadores.
Esta inversão comprova que consumidores, ouvintes e/ou simpatizantes não estão interessados em produtos, e sim nas motivações que os contornam. Um produto ou serviço consiste na extensão de um ou mais valores. Mais que trabalhar com compradores, as empresas, organizações e líderes de sucesso desejam conquistar seguidores que nutram causas comuns.
A inversão do Círculo Dourado nos leva a atingir e até mesmo transformar comportamentos, crenças e perspectivas que atraem seguidores leais e altamente confiáveis. Uma prova concreta desta afirmação pode ser descoberta no emblemático discurso de Martin Luther King, “I Have a Dream” (“Eu Tenho um Sonho”). Mais que retratar e defender uma causa, King usou de suas crenças e sonhos para semear um propósito que reuniu centenas de milhares de pessoas. Mais que seguidores, King conquistou a admiração e a lealdade de indivíduos que partilhavam de seus pensamentos e ideias.
Esta reflexão nos leva a concluir que os desejos subjetivos de consumidores, ouvintes e/ou simpatizantes não estão relacionados a objetos ou produtos, e sim à sede por causas, crenças e valores. Tornar-se inspirador ultrapassa a necessidade e atinge o apego – os indivíduos interligados à sua marca desejarão (e não necessitarão) estar ao seu lado.
Comece pelo por quê. Explore seus incentivos e motivações. Inverta o círculo. Inspire seus seguidores!
É essencial para o empresário entender a fundo seu negócio e além disso, comunicar a seu cliente ideal o que faz, como faz e por que faz.– SOU_LUCASCRUZ